SEÇÃO
Anais do V ERECIN N/NE
Alfabetização informacional e uso de ambientes virtuais interativos
para a aprendizagem significativa
Information literacy and the use of interactive virtual environments
for meaningful learning
Alfabetización informativa y uso de entornos virtuales interactivos
para un aprendizaje significativo
Maria Alice Santos Ribeiro
Universidade Federal da Bahia, Brasil
maliceribeiro@gmail.com
https://orcid.org/0000-0002-4037-7289)
Hildenise Ferreira Novo
Universidade Federal da Bahia, Brasil
denisenovo@gmail.com
https://orcid.org/0000-0003-0986-7164
Licença: 
Como citar este artigo:
RIBEIRO, Maria Alice Santos; NOVO, Hildenise Ferreira. Alfabetização 
informacional e uso de ambientes virtuais interativos para a 
aprendizagem significativa. REBECIN, São Paulo, abr. p. 1-16. 2024. 
Edição especial. Trabalho apresentado no 5° Encontro Regional Norte-
Nordeste de Educação em Ciência da Informação, 2023, [Salvador, BA].
RESUMO
REBECIN, edição especial, p. 01-16, abr. 2024.
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Na mídia,  é recorrente a  presença de notícias  sobre como as redes
sociais  e  os  dispositivos  digitais  estão  integrados  ao  cotidiano  das
práticas sociais. No campo educacional, o uso das tecnologias digitais
para o ensino e a aprendizagem torna-se cada vez mais rotineiro. Este
texto tem por objetivo evidenciar que os ambientes virtuais interativos
são  espaços  ideais  para  a  aplicação  da  alfabetização  informacional
(information literacy) como um dos procedimentos estratégicos para o
processo de aprendizagem significativa. Por tratar-se de uma pesquisa
de  caráter  qualitativo,  realizou-se  o  levantamento  bibliográfico  de
autores que trazem conceitos e concepções sobre  information literacy,
aprendizagem significativa, tecnologia digital  e prática pedagógica em
espaços interativos de cooperação e de discussão virtual, que permeiam
o  processo  de  ensino-aprendizagem,  na  perspectiva  do
mediador/educador e do aprendente/aprendiz serem os reconstrutores
de conhecimento. Como resultado, decorrente da atividade pedagógica,
houve  considerável  aceitação  desses  ambientes  virtuais  de
aprendizagem  e  das  ferramentas  digitais  interativas  no  processo  de
ensino-aprendizagem e a consistente produção de conhecimento para
promoção do senso crítico e da autonomia do indivíduo aprendente.
Palavras-Chave:  alfabetização  informacional.  aprendizagem
significativa. ambientes virtuais. processos interativos. 
ABSTRACT
In the media, there is a recurring presence of news about how social
networks and digital devices are integrated into daily social practices. In
the educational  field,  the use of  digital  technologies for  teaching and
learning is becoming increasingly common. The purpose of this text is to
demonstrate that interactive virtual environments are ideal spaces for the
application  of  information  literacy  as  two strategic  procedures  for  the
meaningful  learning  process.  Because  it  is  a  qualitative  research,  a
bibliographical survey of authors who provide ideas and concepts about
information  literacy,  meaningful  learning,  digital  technology,  and
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pedagogical practice was conducted in interactive spaces of cooperation
and virtual discussion. These concepts permeate the process of teaching
and  learning,  from  the  perspective  of  the  mediator/educator  and  the
learner/apprentice,  who  become  reconstructors  of  knowledge.  As  a
result, as a result of the pedagogical activity, the acceptance of virtual
learning environments and interactive digital tools should be considered
in the teaching-learning process, leading to the consistent production of
knowledge  that  promotes  critical  thinking  and  the  autonomy  of  the
individual learner.
Keywords:  information  literacy.  meaningful  learning.  virtual
environments. interactive processes.
RESUMEN
En los medios de comunicación, es recurrente la presencia de noticias
sobre  cómo  las  redes  sociales  y  los  dispositivos  digitales  están
integrados en la vida cotidiana de las prácticas sociales. En el campo
educativo,  utilizamos  cada  vez  más  las  tecnologías  digitales  para  el
aprendizaje, lo cual se vuelve cada vez más rutinario. El propósito de
este  texto  es  evidenciar  que  los  entornos  virtuales  interactivos  son
espacios  ideales para la  aplicación de la  alfabetización  informacional
(alfabetización  informacional)  como  dos  procedimientos  estratégicos
para el proceso de aprendizaje significativo. Debido a que se trata de
una investigación de carácter cualitativo, se llevó a cabo una revisión
bibliográfica de autores que presentan conceptos y concepciones sobre
alfabetización informacional, aprendizaje significativo, tecnología digital y
práctica pedagógica en espacios interactivos de cooperación y discusión
virtual, que impregnan el proceso de enseñanza-aprendizaje, desde la
perspectiva  del  mediador/educador  y  del  aprendiz,  quienes  se
convierten en reconstructores del conocimiento. Como resultado, como
consecuencia  de  la  actividad  pedagógica,  se  debe  considerar  la
aceptación de los entornos virtuales de aprendizaje y las herramientas
digitales  interactivas en el  proceso de enseñanza-aprendizaje,  lo  que
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conlleva a la producción consistente de conocimiento para promover el
pensamiento crítico y la autonomía del individuo aprendiz.
Palabras clave:  alfabetización informacional.  aprendizaje significativo.
entornos virtuales. procesos interactivos. 
1 INTRODUÇÃO
Indivíduos ou grupos sociais que dominam o uso da leitura e da
escrita têm habilidades necessárias para uma participação mais ativa
com os outros e com o mundo que os cerca. Por conseguinte, adquirem
a capacidade de  interação  associada  às  competências  discursivas  e
cognitivas,  (SOARES, 2002). Contudo é fundamental  a aprendizagem
crítica do conhecimento, ampliando as competências para a busca, o
acesso e o uso da informação, assim como para a leitura e a escrita na
perspectiva da alfabetização informacional (information literacy). 
No  mundo  conectado  pela  rede  mundial  de  computadores,  as
Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) ganham destaque o
Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), seja para utilizar no Ensino
tradicional  ou  na  Modalidade  à  Distância  (EAD),  ou  no  acesso  às
bibliotecas digitais em uma sociedade da informação e do conhecimento
com pluralidade de pontos de vista.  
Nessa perspectiva, esses ambientes possibilitam uma circulação
democrática de informações veiculadas na WEB, assim como cooperam
na formação profissional e acadêmica por meios de recursos interativos.
A  interatividade  em  ambiente  virtual  influencia  e  altera  o  panorama
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cultural, social e a difusão de códigos de comunicação, submetendo os
indivíduos a novas formas de aprendizagem (CASTELLS, 1999), cujas
interações  em  redes  sociais,  têm  contribuído  para  construir
conhecimento.
A  pesquisa  apresentada  objetiva  reafirmar  que  os  ambientes
virtuais  interativos,  associados  aos  procedimentos  estratégicos  da
alfabetização informacional (information literacy), podem impulsionar o
processo de aprendizagem significativa. 
2. ENTRELACE DA ALFABETIZAÇÃO INFORMACIONAL COM A 
APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
No  relatório  The  information  Service  Environment  Relationships
and  Prioritie,  elaborado  por  Paul  G.  Zurkowski  (1974)  (apud
CAMPELLO, 2003), pela primeira vez é citada a expressão information
literacy  (IL).  Submetido  à  Comission  Libraries  Information  Science,  o
relatório  sugeriu  ao  Governo  Norte-Americano  que  potencializasse  a
utilização  dos  produtos  informacionais  disponíveis  no  mercado,  com
objetivo de solução de problemas cotidianos e aplicação no trabalho. 
A  discussão do  tema,  na  Biblioteconomia,  teve  início  nos  anos
1980.  Elaborado  por  um  grupo  de  bibliotecários  e  educadores,  a
American  Library  Association  (ALA),  publicou  através  do Presential
Committe  on  Information  Literacy:  Final  Report uma  definição  de
Information Literacy (IL) relacionada com habilidades de informação e
comunicação que causaram implicações para a sociedade, o indivíduo e
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o sistema educacional. Propondo maior integração entre a sala de aula
e a biblioteca,  o conceito de information literacy foi difundido como um
modelo de aprendizagem, junto com ações pedagógicas desenvolvidas
nas  bibliotecas  foram  incorporadas  aos  programas  curriculares,
diminuindo  o  distanciamento  entre  bibliotecários  e  educadores.
(KUHLTHAU, 1987). 
Nessa  perspectiva,  Dudziak,  (2003,  p.  25)  afirma  “o  ponto
importante  é  a  integração da  information  literacy ao currículo,  o  que
significa  entendê-la  não  como  uma  disciplina  isolada,  autônoma  e
desprovida  de  contexto,  mas  sim  em  harmonia  com  o  universo  do
aprendiz”, assim, o foco da information literacy ultrapassa as tecnologias
da informação - ferramentas de aprendizagem- para se concentrar no
ser humano e em seu processo de aprendizado. 
Na literatura da Ciência da Informação (CI), ao buscar o uso do
conceito  de  information  literacy em  diferentes  pesquisas  brasileiras
verifica-se a utilização de termos sinônimos ou polissêmicos:  literacia,
letramento  informacional,  alfabetização  informacional,  competência
informacional, competência em informação, entre outros. Nesse sentido,
estudos no Brasil foram realizados com o propósito de entender a opção
terminológica para esse conceito (GASQUE, 2012). 
Espanha,  Portugal,  Estados  Unidos  e  outros países demostram
tendência na tradução de  information literacy  pelo âmbito educacional,
no Brasil, se identifica o termo competência informacional como o mais
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usual e aplicado na CI e áreas afins. A opção por esta terminologia ficou
registrada  nos  termos  do  manifesto  dos  Grupos  de  Trabalho  do
Seminário  “Competência  em  Informação:  cenários  e  tendências”,
realizado  em 09  de  agosto  de  2011  na  cidade  de  Maceió  no  XXIV
Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da
Informação. 
Fundamental a contribuição da alfabetização informacional como
estratégia  para  o  aprendiz  incorporar  ao  seu  cotidiano,  práticas
pedagógicas  de  ‘aprender  a  conhecer,  aprender  a  fazer,  aprender  a
conviver  e  aprender  a  ser’  com  competência  e  autonomia.  Para
Caregnato (2000), alfabetização informacional é o termo traduzido para
information  literacy,  enquanto  Campello  (2003)  adota  os  termos
competência  informacional  e  letramento  informacional,  cujas
perspectivas  colocam  as  bibliotecas  integradas  no  ambiente  da
educação,  enfatizando:  treinamento  de  usuários;  serviços
especializados de mediação de leitura e referência em informação. 
Alfabetização  informacional  indica  processo  contínuo  de
apropriação  dos  fundamentos  conceituais,  atitudes  e  habilidades
necessárias  à  compreensão  e  interação  permanente,  proporcionando
aprendizado ao longo da vida, sendo mais do que uma instrução para o
manejo de fontes de informação. O seu objetivo, com base em padrões
(Figura  1),  deve  permitir  aos  aprendizes  a  capacidade de  encontrar,
avaliar e usar a informação para resolver problemas ou tomar decisões.
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Figura 1- Padrões da Alfabetização Informcional (Information Literacy)
Fonte: American Library Association (ALA). Elaborado pelas autoras, 2023.
A alfabetização informacional “[...] comum a todas as disciplinas,
para todos os ambientes de aprendizagem, e em todos os níveis de
ensino”  (ACRL,  2000,  p.  2),  auxilia  os  indivíduos  a  construírem uma
estrutura cognitiva que os possibilita, assimilar conhecimento ao longo
da vida e refletir sobre sua aprendizagem. 
A autocompreensão do aprendizado é uma experiência que torna
o aprendente/aprendiz, capaz de acessar, selecionar, avaliar e usar a
informação  criteriosamente.  A  alfabetização  informacional  possibilita
reconhecer  a  necessidade  da  informação  organizada  para  aplicação
prática, ao tempo em que se assimila e integra a nova informação ao
conhecimento  pré-existente.  (DUDZIAK;  GABRIEL;  VILLELA,  2000).
Segundo  Moreira  (2011),  a  aprendizagem  significativa  ocorre  pela
interação entre conceitos relevantes estabelecidos existente na estrutura
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cognitiva  do  aprendiz/aprendente  e  a  nova  informação  adquirida  no
processo de aprendizagem (Figura 2). 
Figura 2 - Processo da Aprendizagem Significativa
Fonte: Moreira (2011). Elaborado pelas autoras (2023).
Durante  essa  interação,  os  conceitos  (antigo  e  novo)  serão
modificados de uma maneira específica por cada aprendente/aprendiz.
Assim, ele apreende novas informações equivalentes, transformando-as
em  conhecimento,  tornando-se  autônomo  no  processo  de
autoaprendizagem. Segundo Cagliari (2009, p. 39), “há muitas maneiras
de aprender: ir à escola é apenas uma forma prática [...]” e nada impede
a apropriação do conhecimento utilizando-se de outros recursos [...]”.
Aquele que apreende a informação conduz seu processo de mudança
com o alcance da sua formação identitária e cultural. 
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Os indivíduos possuem bagagens cognitiva, afetiva e atitudinal
oriundas  da  vivência,  que  devem  ser  avaliadas  para  se
constituírem base  para  novas  inferências.  Por  outro  lado,  a
aprendizagem  deve  proporcionar  às  pessoas  novas
experiências, a partir das prévias, que permitam a ligação com
as subsequentes (GASQUE, 2012, p. 73)
O conhecimento prévio do sujeito interferirá e definirá o processo
de  aprendizagem,  ao  servir  de  conexão  para  aquisição  de  novos
saberes (AUSUBEL, 2003). Na percepção pedagógica, a aprendizagem
está  vinculada a um conjunto de ações realizadas pelo indivíduo para
produção de saberes,  que  não só  o  constitui,  mas principalmente,  o
modifica como sujeito. Para Nascimento, (2018, p. 40). 
[…], fica claro que o conhecimento é construção constante, com
base  em  uma  aprendizagem  significativa,  ou  seja,  que  faz
sentido e pode ser compreendida a partir da visão de cada um
e, para que haja tal significação, é necessário que os processos
de aprendizagem centrem seus esforços nos sujeitos e em
suas particularidades, face ao que deve ser aprendido.
A implementação  da  alfabetização  informacional (informatiom
litracy)  requer  concepção  de  ensino-aprendizagem  que  favoreça  o
pensamento reflexivo e a aprendizagem significativa. Assim, solicita-se
que o AVA e as ferramentas digitais  não sejam descontextualizados,
pois  é  imprescindível  sua  integração  com  a  didática  e  a  interação
metodológica com o aprendente/aprendiz.
3 AMBIENTES VIRTUAIS DE ENSINO E APRENDIZAGEM NOS 
PROCESSOS INTERATIVOS
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A  utilização  de  redes  sociais,  mesmo  que  seja  ainda  uma
discussão controversa, por diversos fatores como segurança, fakes, etc.,
desperta  o  interesse  de  pesquisadores  que  têm  se  debruçado  para
estudar  o  fenômeno  do  uso  das  redes  sociais  na  pesquisa  e  na
educação. Para Vilaça (2014, p. 61) 
A tecnologia, especialmente os dispositivos móveis e a internet,
está influenciando diversos aspectos da vida em sociedade, em
outras palavras, práticas sociais de diferentes naturezas […], o
que inclui práticas discursivas e educacionais.
Concernente a essa ideia, reconhece-se, que além das fontes de
informação  digitais  (portais,  repositórios,  bibliotecas,  bases  etc.),
autorizadas  pela  comunidade  cientifica,  outros  espaços  virtuais
comunicativos (Facebook, Twitter, Instagram, WhatsApp), estão sendo
inseridos ao contexto pedagógico para trocas colaborativas. 
Intensificado pela internet e pelas inovadoras TIC, o uso de AVA
surge  como avanço  do  processo  pedagógico  de  ampliação  do  lócus
educacional. Semelhante às salas de aula presenciais, segundo Filatro
(2008,  p.  120)  “os  ambientes  virtuais  de  ensino  e  aprendizagem
funcionam  como  o  local  onde  se  realizam  as  ações  educacionais”,
fundamentais  na  EAD,  permitindo,  além  da  interação  com  os
estudantes,  a  disponibilização  de  materiais  de  estudos,  o
compartilhamento  de  conteúdos  e  de  produção  intelectual,  cuja
finalidade perpassa por  ampliar a vivência da aprendizagem para além
do tempo e do espaço educacional.
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Além disso, entender o propósito do uso das ferramentas digitais
(Quadro 1) na relação dialógica com o aprendente/aprendiz proporciona,
uma nova dinâmica de ensino e redefini os métodos de aprendizagem,
cuja  multiplicidade  de  conexões  e  inferências  educacionais  de
conteúdos  e  informações  permite  que  o  aprendente  potencialize  a
composição da reflexão, da linguagem e do autoconhecimento.
As estratégias de ensino -  aprendizagem em ambientes virtuais
requer igualmente do mediador/educador o desenvolvimento de novas
habilidades, domínio de interfaces e comunicação eficientes. Mas para
que ocorra uma aprendizagem significativa é imprescindível 
“não só que o material de aprendizagem seja potencialmente
significativo (i.e., relacionável à estrutura cognitiva de maneira
não-arbitrária  e  não-literal),  mas  também  que  o  aprendiz
manifeste uma disposição para relacionar o novo material de
modo  substantivo  e  não-arbitrário  a  sua  estrutura  de
conhecimento”. (MOREIRA, 2011, p. 36).
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Quadro 1- Ferramentas Digitais para Facilitação do Ensino - Aprendizagem.
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2023.
As  estratégias  de  ensino  e  os  materiais  educativos  para
construção  de  conhecimento  “[…],  proporcionadas  pelas  redes
eletrônicas no regime do capitalismo cognitivo situam a educação como
uma  força  criadora  de  base”  e,  para  que  haja  uma  aprendizagem
significativa  que  resulte  na  autonomia  do  individuo,  exige-se  o  uso
eficiente  de  ambientes  virtuais  interativos  e  da  implantação  de
programas que tenham uma abordagem mais pedagógica que didática,
onde a disseminação e uso dos ambientes virtuais  e de ferramentas
digitais  façam  vislumbrar  a  EAD  de  forma  colaborativa,  dinâmica  e
democraticamente realizável (GUIMARÃES, 2015, p. 20).
4 CONTEXTUALIZAÇÃO DA INVESTIGAÇÃO: OBSERVAÇÃO DO 
CAMPO E DOS ATORES EM AÇÃO
A pesquisa cientifica consiste em um processo de construção, com
possibilidades de compreender a realidade, comprovar um fato, estudar
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um objeto e descrever um evento no tempo e espaço. Do mesmo modo,
o investigador busca  o  sentido  das  realizações  práticas  em
pressupostos epistemológicos e teóricos. Para Minayo, (2002, p. 17), “é
a pesquisa que alimenta a  atividade de ensino e  a atualiza  frente  à
realidade  do  mundo.  Portanto,  embora  seja  uma  prática  teórica,  a
pesquisa vincula o pensamento e ação”. 
André (1995) defende que a pesquisa qualitativa envolve o uso e a
coleta de vários tipos de materiais empíricos onde o estudo de caso,
juntamente com a etnografia, tem sido estratégia de destaque entre os
investigadores. Desse modo, por sua natureza exploratória e descritiva,
o estudo de caso procura responder às questões,  ‘como’ e ‘por que’
certos  fenômenos  ocorrem,  e  como  poderão  ser  analisados  e
interpretados em contexto real.
Esta investigação propôs uma prática pedagógica de 12 h., com a
comunidade  estudantil  do  curso  de  Especialização  em  Gestão  de
Pessoas  da  Universidade  Federal  da  Bahia  (UFBA).  O  programa
didático  tem  como  objetivo  a  verificação  do  quanto  a  alfabetização
informacional (information literacy), juntamente com o uso de ambientes
virtuais interativos contribuem para a aprendizagem significativa. 
Precedendo a atividade prática, com 15 estudantes, foi  aplicado
um Questionário de Conhecimento Prévio com 10 questões e um Termo
de  Autorização  para  uso  das  informações.  Por  tratar-se  de  uma
pesquisa ainda em andamento, para complementação dos dados tem-se
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como  proposta  a  aplicação  de  questionários  de  autoavaliação  de
aprendizagem  dos  sujeitos  participantes  da  pesquisa,  associados  a
relatos e diários de bordos referentes à prática pedagógica executada.
4 DA APRENDIZAGEM PARA A AUTONOMIA: UMA APROPRIAÇÃO 
DE CONHECIMENTO 
O processo de alfabetização informacional (informatiom literacy)
desperta a consciência  para o estabelecimento da educação ao longo
da vida,  que segundo Delors  (2003,  p.  90-102)  baseia-se em quatro
pilares: “aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e
aprender a ser”, ou seja, a contínua obtenção de novas competências
na construção do conhecimento estruturado.
Na atual fase da pesquisa ficou comprovado que o processo de
aprendizagem  deve  partir  da  realidade  de  cada  aprendiz.  Dos  15
participantes,  4  apresentaram dificuldades  no  referente  ao  padrão  2-
Acessar  eficientemente  a  informação-  ao  demonstrar  “bloqueios”  no
processo da autoaprendizagem (aprender a aprender). Porém,  11 dos
participantes  alcançaram  o  padrão  3-  Avaliar  eficientemente  a
informação-  no  sentido  das  realizações  práticas  com  pressupostos
epistemológicos, comprovando um grau de autonomia.
Espera-se  na  conclusão  dessa  pesquisa  que  os  relatos  dos
estudantes participantes da pesquisa reforcem as percepções iniciais do
desconhecimento  e  da  necessidade  latente  de  saber  utilizar  com
competência,  habilidade  e  atitude  os  recursos  informacionais  e  as
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ferramentas digitais. Se tem como expectativa confirmar que o estudo
proposto e o contexto do modelo experimental da prática educativa de
ensino/aprendizagem,  atendem  ao  propósito  de  comprovar  como  os
ambientes  virtuais  interativos  contribuem  para  a  aprendizagem
significativa associada à alfabetização informacional. 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A  ênfase  na  apropriação  da  informação  está  intrinsecamente
relacionada à  construção do  conhecimento.  Por  conseguinte,  adquirir
saberes constitui-se em um dos elementos formadores da competência
e  da  autonomia  do  individuo.  Para  incentivar a  aprendizagem,
considera-se  relevante  definir  quais  competências  informacionais  se
pretende  que  o  individuo  assimile,  pois,  essa  decisão  promove  uma
melhor interação entre os conceitos antigos estabelecidos e os novos
assimilados, facilitando a elaboração e a fixação do conhecimento na
estrutura cognitiva do sujeito.
Posto  em prática  essa  interação,  o  processo  de  alfabetização
informacional (information literacy) torna-se exequível e sequencial, para
que a aprendizagem significativa seja integral e o aprendente saiba usar
e  servir-se  de  informações,  assim  como  compreenderá  os
procedimentos metodológicos, fundamentais a qualquer aprendizagem
significativa.  Para  tanto,  o  uso  de  contextos  virtuais  interativos  pelo
aprendiz/aprendente,  na  perspectiva  da  alfabetização  informacional
(information literary), exige reorientação no modo de acessar e mediar a
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informação,  de  maneira  que  possa  explorar  estrategicamente  as
potencialidades das tecnologias de informação e comunicação;
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