SEÇÃO
Anais do V ERECIN N/NE

Curricularização da extensão na graduação em Biblioteconomia e
Documentação


Curricularization of the extension in graduation in

Library and Documentation

Curricularización de extensión en graduación en economía
Bibliotecaria y Documentación


Carolina de Souza Santana

Universidade Federal da Bahia, Brasil
carol.santana@ufba.br

https://orcid.org/0000-0002-2391-3393
Leyde Klebia Rodrigues da Silva

Universidade Federal da Bahia, Brasil
Leyde.klebia@ufba.br

https://orcid.org/0000-0002-7224-4456
Denise Braga Sampaio

Universidade Federal da Bahia, Brasil
Denise.sampaio@ufba.br

https://orcid.org/0000-0001-9424-3158

Licença:

Como citar este artigo:
SANTANA, Carolina Souza; SILVA, Leyde Klebia Rodrigues; SAMPAIO,
Denise Braga. Curricularização da extensão na graduação em
Biblioteconomia e Documentação. REBECIN, São Paulo, abr. p. 1-16.
2024. Edição especial. Trabalho apresentado no 5° Encontro Regional
Norte-Nordeste de Educação em Ciência da Informação, 2023,
[Salvador, BA].

REBECIN, edição especial, p. 01-16, mar. 2024.

SEÇÃO
Anais do V ERECIN N/NE

RESUMO

A curricularização da extensão é o processo que torna a extensão parte
obrigatória da carga horária dos cursos de Ensino Superior no Brasil.
Regulamentada por resolução do Ministério da Educação, estabelece
diretrizes, princípios, fundamentos e procedimentos que devem ser
observados para o planejamento e implementação da extensão. Essa
demanda envolve especialmente, as equipes dos Núcleos Docentes
Estruturantes e colegiados das Instituições de Ensino Superior. Assim,
questiona-se como a curricularização pode ser uma prática que
efetivamente contribua para a formação dos discentes de
Biblioteconomia? A partir dessa questão norteadora, o objetivo geral
deste trabalho é apresentar o processo de implementação da
curricularização da extensão no curso de graduação em Biblioteconomia
e Documentação da Universidade Federal da Bahia. Especificamente,
pretende-se promover um debate sobre a importância da
curricularização na graduação em Biblioteconomia como um aspecto
obrigatório; refletir sobre a relação entre a extensão e a
responsabilidade social na formação dos discentes; identificar as
possíveis práticas de curricularização da extensão. Para os fins
estabelecidos, considera-se a pesquisa do tipo descritiva, utilizando-se a
técnica de análise documental com uma abordagem metodológica
qualitativa. Os resultados revelaram indícios de práticas extensionistas
em alguns componentes curriculares, contudo, ainda muito incipiente em
relação ao quantitativo geral da matriz curricular; apontou também, a
necessidade de um melhor entendimento por parte dos docentes sobre
as características de ações extensionistas e, sinalizou, uma
oportunidade para o Instituto de Ciência da Informação diversificar suas
ações extensionistas, centradas em cursos e eventos, para o
desenvolvimento de ações curriculares em comunidade e sociedade.
Palavras-Chave: Curricularização da extensão. Ensino Superior.
Biblioteconomia e Documentação.
ABSTRACT
Extension curricularization is the process in which extension becomes a
mandatory part of the workload of Higher Education courses in Brazil.
Regulated by resolution of the Ministry of Education, it establishes
guidelines, principles, fundamentals and procedures that must be

REBECIN, edição especial, p. 01-16, mar. 2024.

SEÇÃO
Anais do V ERECIN N/NE

observed for the planning and implementation of the extension. This
demand especially involves the teams of the Structuring Teaching
Centers and collegiate bodies of Higher Education Institutions. Thus, it is
questioned how curricularization can be a practice that effectively
contributes to the formation of Librarianship students? Based on this
guiding question, the general objective of this work is to present the
implementation process of the extension curriculum in the undergraduate
course in Librarianship and Documentation at the Federal University of
Bahia. Specifically, it is intended to promote a debate on the importance
of curricularization in undergraduate Librarianships as a mandatory
aspect; reflect on the relationship between extension and social
responsibility in the training of students; identify the possible extension
curricularization practices. For the established purposes, it is considered
a descriptive research, using the technique of document analysis with a
qualitative methodological approach. The results revealed evidence of
extensionist practices in some curricular components, however, still very
incipient in relation to the general quantitative of the curricular matrix, the
need for a better understanding on the part of teachers about the
characteristics of extensionist actions and that extension at the Instituto
de Ciência da Information needs to be more diversified, less focused on
courses and events and expanded to develop curricular actions in
community and society.
Keywords: Extension curriculum. University education. Librarianship
and Documentation

RESUMEN
La curricularización de la extensión es el proceso por el cual la extensión
se convierte en parte obligatoria de la carga académica de los cursos de
Educación Superior en Brasil. Reglamentado por resolución del
Ministerio de Educación, establece lineamientos, principios,
fundamentos y procedimientos que deben observarse para la
planificación e implementación de la extensión. Esta demanda involucra
especialmente a los equipos de los Centros Estructurantes de
Enseñanza y órganos colegiados de las Instituciones de Educación
Superior. Así, surge la pregunta ¿cómo la curricularización puede ser
una práctica que contribuya efectivamente a la formación de los
estudiantes de Biblioteconomía? A partir de esta pregunta orientadora,
el objetivo general de este trabajo es presentar el proceso de

REBECIN, edição especial, p. 01-16, mar. 2024.

SEÇÃO
Anais do V ERECIN N/NE

implementación de la curricularización de extensión en la carrera de
Licenciatura en Biblioteconomía y Documentación de la Universidad
Federal de Bahía. Específicamente, se pretende promover un debate
sobre la importancia de la curricularización en el pregrado de
Biblioteconomía como aspecto obligatorio; reflexionar sobre la relación
entre extensión y responsabilidad social en la formación de estudiantes;
identificar posibles prácticas de curricularización de extensión. Para los
fines establecidos se considera una investigación descriptiva, utilizando
la técnica del análisis documental con un enfoque metodológico
cualitativo. Los resultados revelaron evidencias de prácticas
extensionistas en algunos componentes curriculares, sin embargo, aún
muy incipientes en relación a la cantidad general de la matriz curricular;
también señaló la necesidad de una mejor comprensión por parte de los
docentes sobre las características de las acciones de extensión y señaló
una oportunidad para que el Instituto de Ciencias de la Información
diversifique sus acciones de extensión, centradas en cursos y eventos,
para el desarrollo de acciones curriculares en comunidad. y la sociedad.
Palabras clave: Plan de estudios de extensión. Enseñanza superior.
Biblioteconomía y Documentación.

1 INTRODUÇÃO
O Ministério da Educação (MEC) regulamentou, por meio da

Resolução n.07 de 18 de dezembro de 2018, a extensão como requisito
obrigatório da carga horária dos cursos de ensino superior no Brasil
estabelecendo o prazo de 3 anos para a sua implantação. Em função
dessa diretriz a Universidade Federal da Bahia (UFBA) por meio da
Resolução 02/2022, do Conselho de Ensino Superior (CONSEPE),
estabeleceu as diretrizes para implementação da curricularização da
extensão no ensino de graduação e pós-graduação, que prevê, no
mínimo, dez por cento (10%) do total da carga horária curricular para a
extensão universitária, de acordo com a Meta 12.7 do Plano Nacional de
Educação – PNE (2014-2024), aprovado pela Lei nº 13.005, de 25 de

REBECIN, edição especial, p. 01-16, mar. 2024.

SEÇÃO
Anais do V ERECIN N/NE

junho de 2014. Essa determinação demandou de toda a Universidade
um esforço no sentido de atender ao prazo estipulado pela resolução,
especialmente uma atuação conjunta entre os Núcleos Docentes
Estruturantes (NDE) e os colegiados de graduação.

O ensino de Biblioteconomia na Bahia teve início em 12 de março
de 1942, na Biblioteca Pública do Estado, passando oficialmente a ser
um curso de caráter regular em 1947, quando firma convênio com a
Universidade da Bahia, denominando-se a partir deste ano como Escola
de Biblioteconomia e Documentação da Universidade da Bahia, sendo
incluída no Estatuto da Universidade apenas em 1958, através da
reforma realizada neste instrumento normativo pelo Decreto n. 43.804.
de 23 de maio de 1958.

Desde 1998, após a aprovação da LDB 9494, o Curso de
Biblioteconomia e Documentação vem reavaliando seu currículo e
participando de um processo, nacional e internacional, visando adequá-
lo no âmbito do MERCOSUL, estabelecendo novos eixos e
componentes curriculares, bem como orientações para os projetos
pedagógicos dos cursos de Biblioteconomia e Documentação.

No ano 2000, foi iniciada uma série de discussões no Instituto de
Ciência da Informação, com o objetivo de construir um novo currículo
para o Curso de Biblioteconomia e Documentação. No ano de 2019, foi
implantado o currículo com as atualizações decorrentes dos fluxos
informacionais que permeiam a sociedade. Contudo, no ano de 2022,
fez-se necessária uma adequação do currículo para inclusão de carga
horária destinada às atividades extensionistas integradas aos
componentes curriculares.

REBECIN, edição especial, p. 01-16, mar. 2024.

SEÇÃO
Anais do V ERECIN N/NE

Assim, questiona-se como a curricularização pode ser uma prática
que efetivamente contribua para a formação dos discentes de
Biblioteconomia?

A partir desta questão norteadora, o trabalho tem como objetivo
geral apresentar o processo de implantação da curricularização da
extensão no curso de graduação em Biblioteconomia e
Documentação da Universidade Federal da Bahia
.

Especificamente pretende-se: promover um debate sobre a
importância da curricularização na graduação em Biblioteconomia como
um aspecto obrigatório; refletir sobre a relação entre a extensão e a
responsabilidade social na formação dos discentes e; identificar as
possíveis práticas futuras e em andamento de curricularização da
extensão no Instituto de Ciência da Informação (ICI).

Para tanto, a abordagem metodológica empregada é qualitativa e
a pesquisa do tipo descritiva, utilizando-se da técnica de análise
documental e uso do questionário como instrumento de coleta de dados.

O trabalho foi estruturado em 5 (cinco) partes: a primeira,
introdução, apresenta o contexto, problema e objetivos do estudo, a
segunda, teórica, com vistas a discutir Atividades Curriculares em
Comunidade e Sociedade (ACCS), a terceira, procedimentos
metodológicos, detalhando os processos de coleta e análise, tendo
como base o Projeto Político Pedagógico (PPC), a quarta, os
Resultados e Discussões, apresentando indícios de práticas
extensionistas em alguns componentes curriculares, e a quinta, as
considerações finais, que sobre a necessidade de discussões mais
acuradas sobre extensão no âmbito do Instituto de Ciência da
Informação.

REBECIN, edição especial, p. 01-16, mar. 2024.

SEÇÃO
Anais do V ERECIN N/NE

2 A EXTENSÃO COMO UM DOS PILARES DA FORMAÇÃO
SUPERIOR NA UNIVERSIDADE

A atividade de extensão está, para o fazer acadêmico, como a
ação interativa e integrativa entre a universidade e a sociedade,
estreitando laço e proporcionando aos(às) estudantes a aplicação
prática e compartilhada dos conhecimentos adquiridos em sala de aula.
A extensão universitária surgiu na Inglaterra (século XIX) como uma
educação continuada para pessoas adultas que não tinham acesso às
universidades (GADOTI, 2017). Com o passar do tempo, especialmente
a partir da década de 1960, a extensão universitária passou a ser um
dos pilares da vida acadêmica, na realidade brasileira, juntamente com o
ensino e a pesquisa (FÓRUM..., 2012; GADOTI, 2017).

A reforma universitária empreendida com a implementação da Lei
5.540/1968, em seu artigo 20, estabelece que “as universidades e as
instituições de ensino superior estenderão à comunidade, sob a forma
de cursos e serviços especiais, as atividades de ensino e os resultados
da pesquisa que lhe são inerentes”. Nos anos 1970 e 1980, com a
intensificação das lutas populares e ascensão das organizações não-
governamentais e dos sindicatos, a extensão universitária ganhou novo
tom, mais voltado ao interesse público, com viés social (GADOTI, 2017).
Finalmente, na constituição de 1988, a tríade ensino, pesquisa e
extensão é estabelecida como indissociável, a partir do seu artigo 207.
Nas palavras de Gadoti (2017, p. 2)

Veio, depois, a Constituição de 1988, que consagrou o
princípio da “indissociabilidade entre ensino, pesquisa e
extensão” (Artigo 207) e a LDB de 1996 (Lei no 9.394/96) que
estabeleceu a Extensão Universitária como uma das

REBECIN, edição especial, p. 01-16, mar. 2024.

SEÇÃO
Anais do V ERECIN N/NE

finalidades da Universidade (Artigo 43). A transformação da
Extensão Universitária num instrumento de mudança social e
da própria universidade, tem caminhado junto com a conquista
de outros direitos e de defesa da democracia.

É neste sentido que a Política Nacional de Extensão (2012, p. 28)
entende a extensão universitária como uma postura ativa da
universidade na sociedade afirmando que seu escopo envolve um
processo interdisciplinar, cultural, científico e político que transforma não
somente a universidades, mas a sociedade em que ela se insere.

As Atividades Curriculares em Comunidade e Sociedade (ACCS),
foram assim denominadas, após longo histórico de atividades
extensionistas realizadas pela UFBA. Tem seu marco a partir do “Projeto
UFBA em Campo” na década 1996, época em que foi realizado do IV
Seminário de Extensão e elaborado um diagnóstico sobre as práticas de
extensão na UFBA, com a finalidade de analisar um modelo de extensão
limitado a prestação de serviços, cursos e eventos (ALMEIDA, 2015).

O Programa “UFBA em campo” tem seus princípios pautados no
entendimento de extensão, segundo o conceito elaborado no Fórum de
Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras
(FORPROEX) em 1987, onde extensão é: “O processo educativo,
cultural e científico que articula o ensino e a pesquisa de forma
indissociável e viabiliza a relação transformadora entre universidade e
sociedade[...].”

O conceito de indissociabilidade é um dos Fundamentos Teóricos
do Marco Regulatório Legal Nacional da Extensão, em que o ensino,
pesquisa e extensão são processos acadêmicos que adquirem maior
efetividade se estiverem vinculados aos processos de ensino e a
geração de conhecimento, ou seja, a pesquisa, onde o(a) estudante

REBECIN, edição especial, p. 01-16, mar. 2024.

SEÇÃO
Anais do V ERECIN N/NE

deve ser colocado como protagonista no processo (BRASIL. CNE/CES,
2018).

O Programa UFBA em Campo, resultou na Atividade Curricular em
Comunidade, que foi inserida no currículo dos cursos de graduação em
2001. Em 2013, a partir da resolução N.01/2013 CONSEPE/UFBA a
atividade deixou de ser complementar optativa, passou a ser
denominada de Ação Curricular em Comunidade e Sociedade.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A etapa inicial consistiu na análise do Projeto Político Pedagógico

(PPC), contudo, sem realizar modificações estruturais, visto que o PPC
de Biblioteconomia e Documentação tem apenas quatro anos de
implantado. Desta forma, houve a necessidade de delimitar o trabalho
para uma revisão das ementas e proceder o que, administrativamente, é
denominado de alteração isolada dos componentes curriculares.

Em seguida, realizou-se a análise da matriz curricular do curso e
identificação das disciplinas teórico-práticas, partindo do princípio de
que essas disciplinas poderiam se aproximar daquilo que consideramos
como característica extensionista. Após reuniões de discussão da
equipe do NDE, sentiu-se a necessidade de promover o diálogo com a
comunidade por meio de uma pesquisa interna com os docentes que
ministravam disciplinas no curso de Biblioteconomia. Após a devolutiva
do questionário e análise, ocorreram reuniões individuais com os
docentes responsáveis pelas disciplinas selecionadas, de modo que
eles pudessem tomar conhecimento da mudança e recebessem
orientações sobre como deveriam elaborar a ementa com a inclusão dos
conteúdos extensionistas. Ocorreram também diálogos constantes com

REBECIN, edição especial, p. 01-16, mar. 2024.

SEÇÃO
Anais do V ERECIN N/NE

o Núcleo de Currículo e com a Pró-reitoria de extensão (Proext/UFBA) e,
por fim, apresentação da proposta nas reuniões de Departamento e
Congregação para efetivação da aprovação da proposta.

Para tanto, adotou-se a abordagem qualitativa, pois segundo
Minayo (2009), as pesquisas qualitativas trabalham com o universo dos
significados, dos motivos, das aspirações e das atitudes, é justamente
esse conjunto de fenômenos que a autora designa como parte de uma
realidade social, pois ao tratar de um relato de experiência, tem-se o
resultado de um fenômeno observado em um grupo específico.

A pesquisa pode ser caracterizada como descritiva pois, segundo
Gil (2008), são pesquisas que tem por objetivo levantar as atitudes,
opiniões e crenças de uma população. Por fim, para atingir os objetivos
específicos estabelecidos utilizamos como técnica de coleta de dados a
análise documental e o questionário online.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Apresenta-se o contexto das ações de extensão do ICI, a pesquisa

realizada com o corpo docente, em seguida o quadro de integralização
de horas de extensão e por fim os componentes curriculares
selecionados que integraram 15 horas de extensão na sua carga horária
total.

Em uma breve análise do contexto de realização de extensão pelo
ICI, excetuando os cursos e eventos, observou-se algumas ações
contínuas extensionistas: O Programa DiversAção1 que engloba os
1 O Programa de Extensão DiversAção: cinema e leitura com diversidade atende aos
anseios da comunidade acadêmica e da sociedade ao transversalizar relações
étnico-raciais, gênero e sexualidade. Sua natureza dialógica trabalha memórias
subterrâneas, englobando dois outros projetos: Leituras Andantes: dialogando
escrevivências (N. 16978) e o ICIne: Informação e memória (N. 16994). Essa
integração incentiva o prazer pela leitura, socializando conhecimentos a partir da

REBECIN, edição especial, p. 01-16, mar. 2024.

SEÇÃO
Anais do V ERECIN N/NE

Projetos ICIne2 e Leituras andantes3, o Projeto Lapidar4 e o
Biblioquilombolas. Destacam-se as ações do Projeto Biblioquilombolas e
do Projeto Lapidar pelas ações realizadas junto comunidade. O fato de
o docente gerar oportunidades além-muros da Universidade e ir a
campo se constitui em um desafio, tanto pela necessidade de apoio e
recursos, que nem sempre existem disponíveis para os Projetos, como
também, pelo perfil, habilidade e competência do docente para o
trabalho com comunidades diversas. Nesse sentido, vale mencionar o
Gadotti (2017) quando ele apresenta as Instituições Comunitárias de
Ensino Superior, como exemplo de Instituições que tem uma trajetória
de educação popular marcadas pela atuação de docentes e discentes
junto aos movimentos populares. É preciso vivência, pois o aprendizado
acaba sendo uma via de mão dupla contribuindo para a formação de
profissionais tecnicamente competentes e comprometidos com uma
sociedade mais justa.

multiplicidade das perspectivas. Essa integração incentiva o prazer pela leitura e
pelo cinema, socializando conhecimentos a partir da multiplicidade das perspectivas
emergentes.
2 O Projeto de Extensão ICIne foi criado para integrar esforços de promoção cultural.
Este projeto é dedicado a utilizar recursos audiovisuais para complementar
discussões tradicionais, viabilizando espaços de sociabilidade e formação cidadã.
3 Leituras Andantes: dialogando escrevivências é um projeto de extensão de
incentivo à formação continuada de pessoas leitoras, que a partir da diversidade e
perspectiva da leitura de textos literários visa responder a uma dinâmica de leitura
circular, envolvendo quatro Universidades Públicas brasileiras e a sociedade em
geral. Seu intuito é incentivar o prazer pela leitura, compartilhando ideias e
socializando conhecimentos a partir da multiplicação de perspectivas emergentes. A
dinâmica de diálogo e do encontro do projeto opera sob a diversificação das
possibilidades de escrita e escuta, proporcionando a observação das múltiplas
matrizes formativas da cultura nacional. Assim, nossa proposta se articula e procura
respeitar as trajetórias leitoras de cada participante, dando ênfase ao contexto
sociocultural que esteja inserido.
4 Tem por objetivo desenvolver ações de formação de mediadores da leitura,
direcionada aos discentes dos cursos de Biblioteconomia e Arquivologia, além de
egressos.

REBECIN, edição especial, p. 01-16, mar. 2024.

SEÇÃO
Anais do V ERECIN N/NE

Quanto a pesquisa realizada junto aos docentes, do total de 25
docentes que ensinam para o curso de Biblioteconomia e
documentação, 15 responderam ao questionário, portanto uma
participação de 60%. A pesquisa com os docentes revelou que pelo
menos 72% dos docentes consideram que o componente curricular que
ministram aulas tem potencial de desenvolvimento de ações
extensionistas; 12,8% não considera e 9,1% não tem certeza.

Pelo menos 80% consideram que desenvolve alguma ação de
extensão no âmbito da disciplina e 20% não desenvolve. Ao solicitar a
descrição da atividade desenvolvida obtivemos os seguintes exemplos
de ações: Orientação com os discentes de outras instituições para
normalização de trabalhos (Normalização); Oferta de oficina para
bibliotecários(as) sobre as atualizações no processo de descrição a
partir da RDA (representação descritiva II); Parcerias com outras
instituições para aplicação e desenvolvimento de produtos da disciplina,
compartilhados entre discentes do curso e instituição parceira (Fontes
de Informação); Organização e realização de seminários, encontros e
lançamentos de livros (Ação Cultural Educacional em Arquivos).

Quanto a integralização do currículo de Biblioteconomia, de acordo
com a instrução normativa 03/2021 do Conselho Acadêmico de Ensino
(CAE) a carga horária básica dos componentes curriculares deverá ser
preferencialmente, de sessenta horas semestrais, admitindo-se
variações padronizadas como múltiplo de quinze. Essa foi a primeira
alteração realizada automaticamente em todos os cursos de graduação
da UFBA. Assim, o currículo de Biblioteconomia e Documentação que
antes da conversão tinha 3.058 horas passa a ter 2.680 horas.

REBECIN, edição especial, p. 01-16, mar. 2024.

SEÇÃO
Anais do V ERECIN N/NE

Conforme resolução n. 02 do Consepe, a extensão deve ser no mínimo
10%, nesse caso, devem ser integralizadas 268 horas de extensão.

Quanto as disciplinas selecionadas para integrarem a carga
horária da extensão, apresentamos no quadro a seguir separadas por
obrigatórias (OB) e optativas (OP) e associadas aos Departamentos de
Documentação e Informação (DDI) e Fundamentos e Processos
Informacionais (DFPI):

Quadro 1 - Disciplinas com carga horária de extensão
Departamento Código C.C Nat Componente Curricular

DDI ICIB68 OB Normalização da Documentação
DDI ICIB71 OB Leitura: Fundamentos e Práticas
DDI ICIB72 OB Organização Temática da Informação II
DDI ICIB77 OB Organização Temática III
DDI ICIB78 OB Disseminação da Informação
DDI ICIB79 OB Representação Descritiva II - Materiais

Especiais
DDI ICIB81 OB Laboratórios de Práticas Integradas I
DDI ICIB82 OB Tecnologias em Serviços de Informação II
DDI ICIB83 OB Laboratórios de Práticas Integradas II
DFPI ICIB75 OB Bibliotecas Públicas e Escolares
DFPI ICIB76 OB Estudos de Uso e de Usuário da Informação
DFPI ICIB80 OB Bibliotecas Universitárias E Especializadas
DFPI ICI010 OB Formação e Desenvolvimento de Coleções
DDI ICIB89 OP Representação e Recuperação de Imagens
DFPI ICI001 OP Ação Cultural em Biblioteconomia
DFPI ICIB90 OP Marketing em Serviços de Informação
DFPI ICIB92 OP Produção Editorial
DFPI ICI173 OP Conservação e Restauração de

Documentos
Fonte: elaborado pelas autoras, 2023

O currículo de Biblioteconomia e Documentação passará a integrar
em pelo menos 13 disciplinas obrigatórias, 15 horas de carga horária de
extensão, assim, teoricamente, visto que os processos para

REBECIN, edição especial, p. 01-16, mar. 2024.

SEÇÃO
Anais do V ERECIN N/NE

implementação da curricularização estão em andamento na UFBA,
consideramos que o estudante fará pelo menos 195 horas de extensão,
restando, portanto, 73 horas para integralizar as 268 horas, conforme a
Resolução n.02 do CONSEPE. Essas 73 horas podem ser completadas
com ACCS ofertada por qualquer Unidade da UFBA, cursando optativas
com carga horária de extensão, além de outras atividades extensionistas
previstas no Barema anexo a Resolução de extensão criada durante
esse processo.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Implementar a curricularização da extensão foi um desafio e uma

oportunidade para revisar tanto o Projeto Político Pedagógico do Curso
de Biblioteconomia e Documentação, como mobilizar a comunidade do
ICI para uma melhor compreensão e sensibilização sobre a importância
da curricularização para a formação do estudante e maior aproximação
junto a sociedade. O NDE juntamente com o colegiado iniciou um
evento intitulado “Ciclo de Diálogos extensionistas” uma ação com o
intento de debater as dificuldade e desafios do processo de extensão.
Foi realizada uma primeira edição, assim como, a participação no
Congresso da UFBA para socializar e publicizar as ações desenvolvidas
com vistas a provocar um debate sobre a curricularização nos cursos de
graduação do ICI.

Os resultados revelaram indícios de práticas extensionistas em
alguns componentes curriculares, contudo, ainda são ações muito
incipientes. Algumas delas envolvem os discentes, contudo, o ponto
focal da extensão é que o discente seja protagonista do processo, ele(a)

REBECIN, edição especial, p. 01-16, mar. 2024.

SEÇÃO
Anais do V ERECIN N/NE

precisa estar envolvido(a) na concepção, idealização, execução e não
apenas participante.

A pesquisa apontou também, a necessidade de um melhor
entendimento por parte dos docentes sobre as características de ações
extensionistas e sinalizou, uma oportunidade para o Instituto de Ciência
da Informação diversificar suas ações extensionistas, centradas em
cursos e eventos, para o desenvolvimento de ações curriculares em
comunidade e sociedade. Recomenda-se a inclusão do componente
Ação Curricular em Comunidade e Sociedade (ACCS) na matriz
curricular do curso de forma ampliar o alcance de discentes que
desejam participar de ações extensionistas.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Daisy Santos de. Extensão Universitária na UFBA: ACC e
a formação do estudante. 2015. Dissertação (Mestrado em Estudos
Interdisciplinares sobre a Universidade) – Universidade Federal da
Bahia. Salvador, 2015. Disponível em:
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/18311. Acesso em: 27 jul. 2023.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação.
Resolução nº 07/2018, de 18 de dezembro de 2018
. Estabelece as
Diretrizes para a Extensão na Educação Superior Brasileira e regimenta
o disposto na Meta 12.7 da Lei nº 13.005/2014, que aprova o Plano
Nacional de Educação - PNE 2014-2024 e dá outras providências.
Brasília: Conselho Nacional de Educação, 2018. Disponível em:
https://normativasconselhos.mec.gov.br/normativa/view/CNE_RES_CNE
CESN72018.pdf. Acesso em: 27 jul. 2023.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação.
Resolução nº 02/2007, de 18 de julho de 2007. Dispõe sobre carga
horária mínima e procedimentos relativos à integralização e duração dos
cursos de graduação, bacharelados, na modalidade presencial. Brasília:
Conselho Nacional de Educação, 2007. Disponível em:

REBECIN, edição especial, p. 01-16, mar. 2024.

SEÇÃO
Anais do V ERECIN N/NE

http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/2007/rces002_07.pdf. Acesso
em: 27 jul. 2023.
GADOTTI, Moacir. Extensão universitária: para quê. Instituto Paulo
Freire, v. 15, p. 1-18, 2017.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed.
São Paulo: Atlas, 2008.
MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.).; DESLANDES, Suely Ferreira;
GOMES, Romeu. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 28 ed.
Petrópolis: Vozes, 2009.
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA. Conselho Superior de Ensino,
Pesquisa e Extensão. Resolução nº 02/2022, de 22 de março de 2022.
Regulamenta a inserção, o desenvolvimento e o registro das atividades
de Extensão Universitária nos currículos dos cursos de Graduação da
UFBA. Salvador: Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão,
2022. Disponível em:
https://200-128-56-17.rev4.ufba.br/sites/portal.ufba.br/files/resolucoes/
resolucao_02.2022_-_consepe_0.pdf. Acesso em: 27 jul. 2023.
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA. Conselho Superior de Ensino,
Pesquisa e Extensão. Resolução n° 01/2013, de 25 de fevereiro de
2013
. Regulamenta o aproveitamento da Ação Curricular em
Comunidade e em Sociedade (ACCS) para integralização. Salvador:
Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão, 2013. Disponível
em: https://proext.ufba.br/sites/proext.ufba.br/files/resolucao_no_01-
2013_consepe_-_regulamento_accs.pdf. Acesso em: 27 jul. 2023.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação.
Parecer CNE/CES nº 608/2018/DF. Brasília: Ministério da Educação, 3
out. 2018. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_docman&view=download&alias=102551-pces608-
18&category_slug=novembro-2018-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 27
jul. 2023.
FÓRUM DE PRÓ-REITORES DAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS DE
ENSINO SUPERIOR. Política nacional de extensão universitária.
Manaus: Imprensa universitária, 2012. Disponível em:

REBECIN, edição especial, p. 01-16, mar. 2024.

SEÇÃO
Anais do V ERECIN N/NE

https://proex.ufsc.br/files/2016/04/Pol%C3%ADtica-Nacional-de-Extens
%C3%A3o-Universit%C3%A1ria-e-book.pdf. Acesso em: 26 set. 2023.

REBECIN, edição especial, p. 01-16, mar. 2024.