O uso das tecnologias digitais como suporte ao Estágio Obrigatório em Biblioteconomia no período da pandemia da Covid-19


The use of digital technologies as a support to the mandatory internship in Librarianship in the period of the Covid-19 pandemic


El uso de las tecnologías digitales como apoyo a las prácticas obligatorias en Biblioteconomía en el periodo de la pandemia del Covid-19


Valdirene Pereira da Conceição

Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

Brasil


Maria das Graças Farias

Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

Brasil


Licença:



Autor para correspondência: Valdirene Pereira da Conceição Email: cvaldireneufma@gmail.com

ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5084-352X


Como citar:

CONCEIÇÃO, Valdirene Pereira da; FARIAS, Maria das Graças. O uso das tecnologias digitais como suporte ao estágio obrigatório em Biblioteconomia no período da pandemia da Covid-19. REBECIN, São Paulo, v. 9, número especial, p. 1-18, 2022. DOI: 10.24208/rebecin.v9inúmero especial.322



RESUMO


Aborda o uso das tecnologias digitais no Estágio Obrigatório em Biblioteconomia. Objetiva com o estudo analisar os usos e aplicabilidades das tecnologias digitais como suporte à realização do Estágio Obrigatório na modalidade remota do Curso de Bacharelado em Biblioteconomia da UFMA, durante a pandemia da COVID-19. Trata de um estudo de natureza exploratória, que utiliza a pesquisa bibliográfica e documental para discutir tecnologias digitais como ferramenta auxiliar no estágio obrigatório no período pandêmico; o cenário da pesquisa foi os espaços do estágio obrigatório da Diretoria Integrada de Bibliotecas da UFMA; o instrumento de coleta de dados foi a observação sistêmica. Apresenta como resultado a realização de diversas atividades por meio do uso das tecnologias digitais, a exemplo da comunicação, e interação com usuários internos e externos, pesquisa, criação de produtos e serviços de informação, atualização de conteúdos em bases de dados, dentre outras, bem como a necessidade de refletir sobre as práticas no estágio obrigatório de forma híbrida. Conclui que as tecnologias digitais se configuram além de ferramentas de comunicação e divulgação da ciência para a sociedade conectada em rede, são também molas auxiliares do processo ensino-aprendizagem, especialmente da prática profissional no ensino emergencial remoto, no período pandêmico que vivemos.


Palavras-Chave: Estágio curricular; Tecnologia digital; COVID-19; Biblioteconomia.


ABSTRACT


The study addresses the uses and applicability of technologies in the Supervised Curricular Internship in Library Science. This study aims to analyze the uses and applicability of digital technologies as a support to the Compulsory Internship in the remote modality of the Bachelor in Librarianship Course at UFMA, during the pandemic of the covid-19. This is an exploratory study, which uses bibliographic and documental research to discuss digital technologies as an aid to the mandatory internship; the research scenario was the mandatory internship spaces at the Integrated Libraries Directorate of UFMA; the data collection instrument was systemic observation. Presents as a result the realization of various activities through the use of digital technologies, such as communication and interaction with internal and external users, research, creation of



information products and services, updating of content in databases, among others, as well as the need to reflect on the practices in the mandatory internship in a hybrid way. It concludes that digital technologies today are not only tools for communication and dissemination of science for the networked society, but also auxiliary springs for the teaching- learning process, especially for professional practice in remote emergency teaching, in the pandemic period we live in.


Keywords: Supervised internship; Digital technology; COVID-19; Library Science.


RESUMEN


El estudio aborda los usos y la aplicabilidad de las tecnologías en las Prácticas Curriculares Supervisadas en Biblioteconomía. Este estudio tiene como objetivo analizar los usos y la aplicabilidad de las tecnologías digitales como apoyo a las Prácticas Obligatorias en la modalidad a distancia del Curso de Licenciatura en Biblioteconomía de la UFMA, durante la pandemia del covid-19. Se trata de un estudio exploratorio, que utiliza la investigación bibliográfica y documental para discutir las tecnologías digitales como apoyo a las prácticas obligatorias; el escenario de la investigación fueron los espacios de prácticas obligatorias en la Dirección de Bibliotecas Integradas de la UFMA; el instrumento de recogida de datos fue la observación sistémica. Presenta como resultado la realización de diversas actividades a través del uso de las tecnologías digitales, como la comunicación e interacción con los usuarios internos y externos, la investigación, la creación de productos y servicios de información, la actualización de contenidos en las bases de datos, entre otros, así como la necesidad de reflexionar sobre las prácticas en la pasantía obligatoria de manera híbrida. Se concluye que las tecnologías digitales hoy en día no son sólo herramientas de comunicación y difusión de la ciencia para la sociedad en red, sino también resortes auxiliares para el proceso de enseñanza-aprendizaje, especialmente para la práctica profesional en la enseñanza de las emergencias a distancia, en el periodo pandémico que vivimos.


Palabras clave: Prácticas supervisadas; Tecnología digital; COVID-19; Biblioteconomía.



  1. INTRODUÇÃO


    O cenário de pandemia gerado pela COVID-19 tem trazido preocupações e acentuado outras já existentes. Nesse sentido é um desafio aprender a gerenciar as atividades desenvolvidas por uma biblioteca no atual cenário tanto na educação presencial quanto na educação a distância. São esperadas dos profissionais certa complexidade e amplitude nas habilidades e competências, por isso, a formação profissional vai além do aprender na sala de aula, uma vez que as atividades práticas complementam os estudos e o preparo do aluno de modo a ser exigida grande articulação dos conhecimentos para lidar com as situações nos diversos ambientes informacionais.

    Diante dessa problemática, emerge a necessidade de investigar como as tecnologias digitais podem auxiliar o estágio obrigatório na modalidade remota no Curso de Biblioteconomia realizado na Diretoria Integrada de Bibliotecas (DIB) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), no período pandêmico.

    Por se tratar de uma atividade curricular, o estágio obrigatório constitui-se parte fundamental do processo de formação acadêmica por privilegiar a construção e implementação da prática profissional por meio da imersão dos estudantes em situações reais de vida e de trabalho.

    Portanto, este estudo se assenta no esforço de refletir sobre a realização do estágio no período pandêmico como uma atividade que requer além da competência técnica uma postura ética, e compromisso social de forma integrada, evidenciando o modo de saber, fazer e ser do futuro bibliotecário.

    Desta forma, espera-se que o estudo exploratório, à luz de autores como: Castells (1999), Machado, Santos e Costa, (2020), Unglaub et al.



    (2018), possa auxiliar na percepção do uso das tecnologias digitais, na promoção do estágio obrigatório na DIB/UFMA, bem como potencializar a interlocução entre os atores envolvidos nesse processo, ou seja, a universidade como ambiente de transformação, inovação e produção do conhecimento com o campo de estágio.


  2. REVISÃO DE LITERATURA


    O uso das ferramentas digitais durante o isolamento social devido à pandemia da COVID-19 tem se evidenciado nas universidades, para atender aos princípios de ensino, pesquisa e extensão. A esse respeito, o ensino a distância de acordo com Castells (1999, p. 487):

    parece posicioná-las como segunda opção em forma de educação, desempenhando papel significativo[...] o ensino passa a ser em Rede, continuação do ensino remoto como ensino in loco.


    Esse papel foi acentuado durante a pandemia, possibilitando o ensino remoto a partir das tecnologias digitais, como descreve Garcia et al.

    A tecnologia é mais que uma ferramenta e se refere ao conhecimento que está por trás do artefato. É uma forma de conhecimento, uma produção criada pelo homem ao longo da história, [...] para satisfazer suas necessidades tanto coletivas como individuais. O digital é responsável por uma grande revolução não apenas tecnológica, mas também cultural[...] (GARCIA et al., 2012, p. 82, grifo nosso).


    Convém ressaltar que as tecnologias digitais, como inovação, vêm contribuir com os profissionais para dar continuidade às suas atividades, mesmo que de forma remota. No entanto, as práticas colaborativas no contexto das tecnologias digitais para Unglaub et al. (2020, p. 8) “precisam contar com as habilidades e conhecimento dos participantes



    envolvidos, que muitas vezes esbarram em alguns limites de comunicação para a construção dos saberes acadêmicos.” Essas limitações são desafios para alguns profissionais que necessitam de atualizações, de forma que num contexto inesperado se deparam com grandes desafios para continuarem suas atividades laborais.

    Assim, as ferramentas digitais podem exercer um papel relevante em relação à atuação profissional. Para tanto, os espaços institucionais que considerar as vantagens das tecnologias digitais, devem pensá-las como um guia que possibilite a este desenvolver constante aprendizado. (MACHADO; SANTOS; COSTA, 2020)

    Foi nesse contexto que algumas instituições educacionais adotaram a prática do home office, no isolamento social que obrigou não só as empresas como também a população, que passou a se comunicar por meio das mídias digitais, mudando seus hábitos e costumes. Embora o home office seja uma realidade para muita gente, durante a pandemia também foi intensificada, possibilitando novas experiências e desafios.

    No estágio curricular do Curso de Biblioteconomia da UFMA, não foi diferente, uma vez que o desafio se deu devido à necessidade de colocar em prática os conhecimentos adquiridos e construídos no decorrer da formação, em um período pandêmico, resultando na oportunidade de delinear o perfil profissional que irão seguir, bem como de adaptação à cultura organizacional de uma biblioteca universitária.

    O curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), por adotar linha de concentração em gerenciamento de informação propondo-se a graduar bibliotecário que atuarão em unidade de informação, integrando o seu trabalho ao processo cultural, social e educacional, com vistas ao desenvolvimento cientifico e tecnológico,



    recomenda que seus discentes, quando em estágio obrigatório no último semestre, ao colocarem em prática o que aprenderam, adotem uma postura profissional, comprometida e ética, assumindo assim o perfil ideal do egresso.

    De acordo com a resolução nº 1191-CONSEPE, de 03 de outubro de 2014, no Art. 2, que regulamenta o estágio dos cursos de graduação da UFMA, estágio é um componente curricular integrante do projeto pedagógico dos cursos de graduação da Universidade Federal do Maranhão e constitui o eixo articulador entre a formação acadêmica e o mundo do trabalho (UFMA, 2014).

    A formação do futuro profissional da Biblioteconomia envolve dentre as diversas competências e habilidades, a capacidade de gerenciar recursos, serviços e produtos de informação em diferentes ambientes, com o auxílio ou não das tecnologias digitais.

    As ferramentas digitais podem exercer um papel relevante em relação a atuação profissional. Para tanto, os espaços institucionais que considerar as vantagens das tecnologias digitais, devem pensá-las como um guia que possibilite a este desenvolver constante aprendizado (MACHADO; SANTOS; COSTA, 2020).

    No contexto atual da pandemia da COVID-19, as instituições tiveram que lidar com diversas ferramentas digitais. De forma que os estagiários vivenciaram novas experiências no mundo do trabalho em relação à resolução de problemas nas instituições campos de estágios de forma criativa, colaborativa, com autonomia e iniciativa.


  3. METODOLOGIA



    Trata de uma pesquisa exploratória que adota como suporte teórico a investigação bibliográfica e documental para discutir estágio obrigatório, biblioteca e formação profissional em tempo de pandemia da COVID-19. O universo da pesquisa foi os espaços do estágio curricular, da Diretoria Integrada de Bibliotecas da UFMA (DIB). A coleta de dados foi feita junto a Supervisora técnica de estágio da DIB/UFMA, Coordenadora de estágio do Curso de Biblioteconomia durante o período de fevereiro a julho de 2021, Portal de periódicos CAPES. Foi adotado como instrumento a observação sistêmica, que de acordo com Mazucato (2018) surge a partir das notas que se toma dos fatos, das opiniões das ações num determinado momento, ou situação em que há observação

    participante.

    A observação relacionada ao uso das tecnologias digitais na realização, acompanhamento e supervisão técnica do estágio nas instalações da DIB/UFMA, ocorreu no período pandêmico no semestre letivo 2021, envolvendo um grupo de 10 estudantes do curso de Bibliotecária que participaram dessa atividade num processo de formação integral, propiciando-lhes uma compreensão abrangente e aprofundada na área.


  4. O USO DAS TECNOLOGIAS NO ESTÁGIO OBRIGATÓRIO NA DIRETORIA INTEGRADA DE BIBLIOTECA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO NO PERÍODO PANDÊMICO DA COVID- 19.


    A DIB recebe todo semestre letivo estagiários do Curso de Biblioteconomia para cumprir a carga horária de 270 horas do estágio curricular obrigatório. No período pandêmico não foi diferente, apesar de toda insegurança que emerge do cenário foi possível a realização do



    estágio de forma hibrida, necessitando, porém, de redimensionamento do plano de trabalho específico de estágio.

    Para tanto, levou em consideração, a carência de conhecimentos técnicos e necessidade de capacitação nos usos das tecnologias digitais para a execução do trabalho home office, tanto por parte dos estagiários como dos bibliotecários envolvidos com o acompanhamento do estágio.

    Inicialmente, houve dificuldade de definir como se daria o estágio nos setores da DIB para cumprir as devidas horas, em função da determinação do trabalho home office, conforme Portaria n.º 212/2020 que decreta a quarentena (UFMA, 2020). Foi com o apoio dos conteúdos digitais e o domínio de algumas ferramentas que tornaram as tarefas mais flexíveis durante esse período, sendo possível realizá-las em tempo hábil. Por meio dos treinamentos oferecidos pela UFMA sobre ferramentas da Plataforma Google: Google Forms, Drive, Gmail e Agenda, além de diversos cursos de aperfeiçoamento, em várias outras plataformas.

    Como aponta Castells (1999), o desenvolvimento da comunicação eletrônica propicia a aproximação espacial e o desempenho das funções rotineiras como o trabalho, a educação e os serviços públicos. Desse modo, desenvolvemos atividades online como: Rodas de conversas virtuais sobre o funcionamento e aplicabilidades do Sistema de Gestão Acadêmica (SIGAA), especificamente no módulo Biblioteca.

    Tais atividades tiveram como objetivo possibilitar aos estagiários o contato direto com a realidade da prática profissional em uma biblioteca automatizada, criando alternativas do exercício de suas habilidades na prática nos setores da DIB/UFMA.

    Para interação, criamos grupo de WhatsApp como uma das ferramentas de comunicação rápida que possibilita o compartilhamento



    de arquivos. A comunicação por Videoconferência tornou-se rotineira, pois as ferramentas utilizadas como as plataformas Google e Meet e Zoom facilitaram a utilização por diversos tipos de grupos de pessoas. O Canvas, como uma plataforma design, permitiu desenvolver gráficos de mídia social, apresentações, entre outros nas atividades realizadas durante o estágio. E, para tarefas administrativas, foi utilizado o Google Forms para auxiliar nas organizações do trabalho remoto, com coletas de dados online.

    As rodas de conversas virtuais, envolvendo seus colaboradores, supervisora técnica responsável pelos estagiários no período 2020.1, da DIB/UFMA, juntamente com a coordenadora e a supervisora docente do estágio do Curso de Biblioteconomia, possibilitaram a inovação no estágio obrigatório na instituição acima citada, assumindo uma nova forma de comunicação e prática no estágio.

    Foram desenvolvidas inúmeras atividades (quadro – 1), na DIB/ UFMA com o apoio do Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (SIGAA), adotado pela universidade, especialmente o módulo de treinamento da biblioteca disponível no SIGAA.

    Quadro 1 – Atividades realizadas nas rodas de conversas sobre o funcionamento e aplicabilidades do SIGAA: módulo Biblioteca.

    Setor/modulo:

    CH

    Oficinas/atividades:

    Atividade integradora

    2h

    Apresentação geral do SIGAA módulo Biblioteca: Processo Técnico, Aquisição, Circulação, Intercâmbio.

    Processamento Técnico

    4h

    Prática no SIGAA Aba processo técnico. (duas horas de prática em home office).

    Serviço de Controle e Formação do Acervo

    8h

    Processo de aquisição por compra e

    doação (quatro horas de práticas home office).



    Periódicos impresso

    4h

    Práticas de aquisição de periódicos impresso e inserção no sistema SIGAA (duas horas de práticas home office).


    Circulação/Referência

    4h

    Práticas na Aba circulação do SIGAA e setor de referência (duas horas de práticas home office).

    4h

    Práticas no Portal de periódico da CAPES usando os Operadores Booleanos: uma estratégia no

    levantamento bibliográfico; (três horas de práticas home office).


    Periódicos eletrônico

    4h

    O histórico do sistema OJS, diretrizes para a criação de Revistas no Portal (Resolução 1890-CONSEPE), Digital Object Identifier (DOI), identificador de autor - Open Researcher and Contributor ID (ORCID), utilização de

    Creative Commons.

    Biblioteca Digital da UFMA

    20h

    Biblioteca Digital, Histórico e Funcionamento.

    Atividades práticas dos estagiários.

    Atividades complementares

    50h

    Eventos e Cursos.

    Fonte: autoria própria (2021)


    Observa-se que os estagiários na DIB/UFMA, durante o período de pandemia, desenvolveram inúmeras atividades e vivenciaram várias situações, dentre elas houve a necessidade de adaptá-las para serem executadas. A partir da adoção de rodas de conversas (figura – 1 e 2), realizadas por meio do Google meet, WhatsApp, Google Forms, e Templates, formulários, Videoconferências, pesquisas em portais eletrônicos, criou-se, assim, a possibilidade do exercício de suas habilidades na prática nos setores da DIB/UFMA de forma virtual.



    Figura 1 - Momento de reflexão sobre o percurso dos processos na biblioteconomia

    Fonte: Autoras com base no Google (2021)


    Figura 2 - Cards de divulgação das Rodas de conversas no SIGAA módulo Biblioteca: Processo Técnico, Aquisição, Circulação.

    Fonte: as autoras (2021).


    As rodas de conversas tiveram participação de vários outros setores da DIB, dentre eles a equipe da Biblioteca Digital, do Serviço de Controle e Formação do Acervo, do Setor de Periódicos impresso e equipe do Periódicos Eletrônicos.



    Como se pode observar no (quadro - 1) diversas atividades foram realizadas de forma online por meio do uso das tecnologias digitais, a exemplo da comunicação, e interação com usuários internos e externos, pesquisa, criação de produtos e serviços de informação, atualização de conteúdos em bases de dados, assim como o processo de formação e desenvolvimento do acervo no que diz respeito a pesquisa em catálogo de Editoras e bases de dados, pesquisa de preço para o processo de licitação e processo de doação e aquisição de materiais informacionais, conforme figura (figura 2).


    Figura 3 - Serviço de Controle e Formação do Acervo

    Fonte: as autoras (2021)


    Nesta atividade foi apresentado pelo responsável do setor a possibilidade de solicitação de material informacional, atendimento de requisições, cadastro de requisição de compra. Ressaltamos que o processo do material desse setor passa por dois sistemas: SIGAA e Sistema Integrado de Patrimônio, Administração e Contratos (SIPAC).

    Essa atividade foi vivenciada pelos estagiários em dois momentos, primeiro apresentou-se o processo de recebimento dos materiais informacionais adquiridos por meio de doação, com o acompanhamento



    e abertura do processo no (SIPAC). No segundo momento foi apresentado o processo de atendimento das requisições de compra de materiais informacionais até o recebimento dos tombos.

    Foi possível também apresentar as atividades inerentes ao setor de circulação do acervo, setores de atendimento da DIB por meio do uso do sistema SIGAA, a saber: renovação, devolução e empréstimo, controle de empréstimo, gerenciamento de reservas, transferir materiais entre setores, gerenciamentos dos usuários da biblioteca, e materiais perdidos. Conforme figura 4.


    Figura 4 - Para o Setor de Circulação

    Fonte: SIGAA/UFMA (2021)


    Mesmo com as limitações ocasionadas pela pandemia da COVID- 19, como se pode observar foi possível desenvolver no estágio obrigatório na DIB/UFMA, um elenco de atividades com o uso das tecnologias digitais que requer a integração e aplicação de conhecimento teóricos práticos e de competências no processo formativo educativo dos estagiários, no que diz respeito às dimensões humana, técnica e atitudinal, observadas por meio da realização de trabalhos colaborativos em grupo, proposições e intervenções na execução de suas atividades de forma crítica e reflexiva,



    evidenciando as características do profissional de Biblioteconomia. (BRASIL, 2018)

    Com este estudo, foi possível constatar que as tecnologias digitais podem ser uma alternativa para promover o estágio obrigatório, levando em consideração que os futuros profissionais da biblioteconomia podem adaptar-se à realidade do trabalho remoto e romper barreiras existentes entre as mais variadas práticas, possibilitando assim a construção de aprendizagens significativas diante das concretas demandas sociais e do mundo do trabalho, resultando no exercício pleno da cidadania.


  5. CONSIDERAÇÕES FINAIS


O estudo denotou que o trabalho remoto tornou-se possível devido algumas ferramentas que contribuem para o gerenciamento das atividades, como conferências virtuais, comunicação instantânea, edição e compartilhamento de documentos armazenados na nuvem, pesquisa, alimentação e produção de conteúdo em bancos e bases de dados.

É possível afirmar que a atual crise sanitária da pandemia da COVID-19 possibilitou ao bibliotecário reinventar sua práxis profissional de forma proativa, evidenciando sua criatividade, tomada de decisões, liderança, fazendo uso de técnicas e tecnologias para desenvolver com eficácia e eficiência as atividades inerentes de um ambiente informacional, a saber: planejamento, circulação, seleção, aquisição, atendimento do usuário, tratamento técnico dos recursos informacionais de forma remota.

É nessa conjuntura, portanto, que o papel da biblioteca e do profissional em biblioteconomia vem lapidando e alinhando o modo de saber, fazer e conhecer, da área em questão, aproveitando aberturas e



interlocuções e incorporando elementos úteis ao seu saber-fazer. Mostrando-nos que, mesmo fora dos muros das instituições, as ações continuam acontecendo de forma pulsante. Com a contribuição das ferramentas digitais que são de suma importância para superar as barreiras impostas pela pandemia é uma estratégia para atender o Estágio Obrigatório na DIB/UFMA.

Dada a importância do assunto, concluímos, ainda, que os resultados deste trabalho poderão servir de base para pesquisas futuras e recomendamos a realização de um novo estudo, especificamente, no que tange a inovação nos estágios a partir da percepção do estagiário.


REFERÊNCIAS


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MACHADO, Karen Graziela Weber; SANTOS, Pricila Kohls dos; COSTA, Camila Schwanke. As contribuições das tecnologias digitais para a internacionalização da Educação Superior em casa e a construção da cidadania global. Revista Cocar, Belém, v. 14, n. 29, p. 700-722, maio/ago. 2020. Disponível em: https://periodicos.uepa.br/index.php/cocar/article/view/3404. Acesso em: 23 set. 2021


MAZUCATO, Thiago (org.). Metodologia da Pesquisa e do Trabalho Científico. Penápolis: FUNEPE, 2018. 96p.


UNGLAUB, Tânia Regina da Rocha et al. Estágio curricular supervisionado: desafios e possibilidades na articulação entre ensino,



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Acesso em: 30 out. 2020.